capítulo 7 - O Despertar do Real Coma


    (...)

    “Ás vezes nos perguntamos porque não somos felizes, ou se assim somos, porque sentimos um vazio inexplicável”.
    Tudo isso se dá porque muitas vezes negligenciamos uma necessidade que todos os humanos tem em comum.
    Sabe qual é?”

    Ouvi essas sábias palavras de uma menininha chamada Estela.
    Junto com sua mãe, estava tentando entrar no prédio, mas não conseguiam. Por isso, apertaram meu interfone.
    Fiz questão de descer e atendê-las. As convidei a entrar e conversamos um pouco.
    Depois daquilo cheguei à conclusão que meu coma não durou apenas três dias, mas sim, toda minha vida.
    Eu fui a extremos buscando o equilíbrio. Fugi dos problemas que tinha, colocando toda minha expectativa de felicidade em Lucas. Fui extremamente infeliz e feliz ao mesmo tempo.

    Mas, enfim, não adiantava mais chorar pelo leite derramado.
    Tudo estava diferente agora.
    Boas coisas não começaram a acontecer do nada. Elas sempre existiram, mas eu não as enxergava.
    Mudei a maneira de encará-las, e assim, achei o tal equilíbrio entre o racional e o emocional.
    Também descobri que ninguém é totalmente um dos dois.

    Liguei para minha irmã Luíza naquele mesmo dia.
    Ela, que me parecia tão fria, reagiu totalmente diferente do que eu imaginava.
    Marquei de visitá-la e enfim conhecer minha sobrinha, Manuela.


    Acho que já contei que iniciei um curso de línguas, não é?
    Bem, fomos convidados para um intercâmbio na Europa. Aceitei na hora!
    Tudo planejou-se em pouco tempo.
    Resolvi contar a meus amigos apenas quando tivesse certeza. Quando isso aconteceu, todos ficaram alegres por mim. Cássia resolveu não ir devido a alguns cursos que planejara fazer por aqui.

    O que me pareceu estranho foi a reação de Carlos. Ele me cumprimentou, mas depois disso ficou um pouco calado, o que não era seu normal.
    Eu também havia pensado em como seria ficarmos tão longe por seis meses, mas passava rápido e seria muito boa para mim essa viagem.
    Eu ficava triste em deixar meu amigo, mas poderíamos nos comunicar sempre.
    Bem, resolvi respeitar o tempo dele, quem sabe depois ele entendesse.

    Passaram-se alguns dias, meu passaporte estava pronto, as malas já estavam quase arrumadas; já havia conversado até com seu Pedro, meu atual patrão, mas... nada  de Carlos.
    Nenhum telefonema, nada!
    Será que ele estaria magoado comigo? 

    (...)

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