Capítulo 8 - A Inesperada e Tão Esperada Despedida


    (...)

    Enquanto ele estava sumido, o tempo passava mais lento.

    Ele podia estar ocupado na faculdade, ou com o novo emprego.
    Na verdade não entendi por que ele deixou de ajudar o zelador com os jornais, era pouco, mas era o suficiente pra ele comprar suas coisinhas e afinal, ele tinha mais tempo livre para que nós conversássemos.

    No dia da viagem, passei por seu apartamento e ele não estava.
    Liguei para seu celular, desligado.
    De “Carlos, sempre disposto”, seu nome passou para “incomunicável ocupado”.

    Quando cheguei no aeroporto, quase tive torcicolo em olhar tanto pra trás. Era mês de férias e tudo estava  muito agitado.

    “Será que ele nem vem se despedir?”, pensei.
    Tudo indicava que não, isso ficou ainda mais claro quando anunciaram o meu vôo.

    Ao ir para o portal, desisti de esperá-lo.
    Um sentimento de estar esquecendo de algo invadiu-me, era como se faltasse mesmo algo.
    Olhei por uma última vez e ninguém nem mesmo parecido com ele avistei.

    Até que meu celular vibrou.
    Vibrei junto quando imaginei quem poderia ser.
    Enquanto a multidão me empurrava pelo corredor, tentava atender o bendito telefone.
    Número desconhecido, atendi mesmo assim.
    Enfim, ouvi a voz que desejava tanto ouvir.

    Ao olhar pra trás por uma segunda última vez, finalmente o vi, observando ao longe, com um celular emprestado e acenando como um louco, acenando com um doce sorriso de até logo...
                                                                  
    Um fim de uma história não é nada mais do que um começo de outra.

    (...)

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