(...)
Acordei bem cedo, estava louca para ir embora. Talvez na recepção eu conseguisse o nome de alguém para que eu pudesse pagar a ele ou a ela pelas despesas e tudo voltaria a ser como antes...
Porém, a recepcionista me disse ser confidencial tal informação. Fiquei sem chão.
Mas resolvi deixar pra lá.
Ao sair daquele hospital, um táxi buzinou.
Ignorei. Não tinha um centavo.
Buzinou novamente, e ainda por mais uma terceira vez.
Resolvi parar quando ouvi meu nome ser chamado.
Ignorei. Não tinha um centavo.
Buzinou novamente, e ainda por mais uma terceira vez.
Resolvi parar quando ouvi meu nome ser chamado.
Ao entrar no táxi deixei claro que não teria como pagá-lo.
- É só uma carona, vizinha - disse o motorista.
- Vizinha? - Estava ainda mais confusa.
- Sim, não está me reconhecendo? Seu Jorge, bloco 3... O das compras; você trabalha no mercadinho do seu Pedro, não é?
- Trabalhava... Acho que depois dessas faltas não trabalharei mais.
- Ah, seu Pedro é gente fina. Conversa com ele! Afinal, toda a vizinhança sabe que a senhorita ficou doente.
- SABE? - corei, agora todos devem me achar uma louca homicida.
- A turma das fofoqueiras ficou curiosa para saber o porquê, mas o Carlinhos não quis dizer, e não fez mais do que o certo.
- Carlinhos?
- É... O Carlinhos... Ele mora no apartamento ao lado do seu, estuda medicina, entrega jornais pra ajudar a mãe, dona Maria... Menino esforçado, aquele!
Droga, o bendito fofoqueiro invadiu a minha casa e me levou pro hospital! Ah, ele...
Espere aí, ele me tirou a oportunidade de descansar em paz, certo?
Mas devolveu-me a perspectiva de VIVER em paz.
Mas devolveu-me a perspectiva de VIVER em paz.
Devo agradecer-lhe.
Devo?
Mas é claro! É o que vou fazer.
(...)
(...)
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